Servidores da Secretaria de Assistência Social de Arcoverde divulgaram, nesta terça-feira (18), uma carta aberta denunciando o que classificam como uma década de precariedade a falta de valorização profissional e ausência de avanços trabalhistas no setor. O documento, intitulado “Tempo bom para quem?”, questiona o atual cenário enfrentado pela categoria e cobra providências da gestão municipal e da Câmara de Vereadores.
No texto assinado e compartilhado por Bruno Aquino, servidor do município que trabalha no Cadastro Único, e que divulgou a carta em vários grupos de WhatsApp na noite desta terça (18), os trabalhadores relatam que há 10 anos lutam por melhorias salariais, condições adequadas de trabalho, plano de cargos e carreiras e reconhecimento profissional, mas afirmam que pouco mudou ao longo desse período. Segundo a carta, a categoria segue sem piso salarial, gratificações ou direitos adicionais considerados essenciais para o desempenho das atividades.
Os servidores também destacam que atuam na linha de frente de programas sociais das três esferas de governo e que, mesmo diante da relevância do trabalho, enfrentam sucessivas dificuldades. A falta de repasses federais é citada como um dos problemas, porém, para o grupo, o maior obstáculo seria a “falta de vontade política” por parte da administração local e do Legislativo municipal.
“Quando não se quer, não se faz”, afirma o texto, que acusa tanto o Executivo quanto a Câmara de “fecharem os olhos” para a situação da categoria.
Aumento considerado insuficiente
Um dos pontos que motivou o desabafo foi a proposta recente de aumento salarial de 5,5% sobre o salário mínimo, considerada insignificante pelos servidores. Na carta, eles afirmam que a reposição “não compra um botijão de gás” e reforçam que a medida não acompanha o nível de desgaste e responsabilidades do setor.
Os trabalhadores também questionam a aprovação, pela Câmara de Vereadores, de um projeto que prevê reajustes entre R$ 1 mil e R$ 4 mil para um grupo específico de servidores municipais. Eles argumentam que, enquanto parte do funcionalismo recebe aumentos expressivos, a Assistência Social permanece “sucateada em todos os sentidos”.
Sensação de abandono e pedido de mobilização
O documento expressa forte sentimento de desgaste e frustração:
“A classe está cansada. A classe está exausta. Dez anos de luta. Uma década de indignação”, diz o texto, apontando uma sensação de abandono e falta de reconhecimento.
Os servidores pedem que a sociedade se mobilize sobre o tema e afirmam que os questionamentos apresentados “são embasados em fatos” e não em especulações.
Cobrança direta ao prefeito
A carta termina cobrando um posicionamento do prefeito de Arcoverde e reforçando que os trabalhadores aguardam “acima de tudo, ação”.
A carta aberta foi tornada pública nesta terça-feira (18), com assinatura coletiva da categoria.
Por telefone, o Olha Aqui Notícias também conversou com o servidor Bruno Aquino, que ressaltou a luta da categoria por valorização:
¨Esse anseio que eu tenho é o que 100% dos efetivos da assistência tem.¨
Veja a carta divulgada:
A carta foi amplamente compartilhada e já repercute nas redes sociais.


Postar um comentário