A eleição para o governo do estado de Pernambuco, marcada para 2026, promete ser uma das mais acirradas da história recente do estado. De um lado, o atual prefeito do Recife, João Campos, que, apesar de sua juventude, já demonstrou grande capacidade de articulação política, se destacando por sua comunicação dinâmica e sua habilidade em navegar pelas redes sociais, especialmente o TikTok. Do outro, Raquel Lyra, atual governadora de Pernambuco, que se mantém firme na defesa da continuidade de sua gestão e busca ampliar sua base de apoio nas próximas eleições.
Uma nova pesquisa divulgada pela RealTime Big Data pela TV Guararapes mostra o prefeito do Recife liderando com folga as intenções de voto para o governo do estado, aparecendo em todos os cenários com mais de 60% no percentual pesquisado.
Mas a pergunta que não quer calar é: porque a sede de grande parte da mídia em querer fazer Governador, o Prefeito do ‘Passinho’?
A ascensão de João Campos à esfera estadual é vista como que obrigatória por alguns veículos, que tentam empurrar goela a baixo na população que o desejo de renovação política é popular, e que é algo que o prefeito tem cultivado com o uso intensivo das redes sociais, através da sua atuação e sua boa equipe de marketing, muito ativa no TikTok, Instagram e em outras plataformas digitais, e que não passa despercebida.
O fato de sua presença nas redes refletir não só uma estratégia de comunicação, mas também um engajamento direto com o público mais jovem e um apelo à modernização da política estadual, faz Campos nevar cabelo, ter seu nome mencionado pelos artistas do momento e mandar bem no passinho.
No entanto, essa "sede" por renovação e por um candidato mais conectado com as novas demandas da sociedade, ainda precisa se traduzir em projetos concretos e, principalmente, na habilidade de conquistar alianças políticas tradicionais. Não dá pra esquecer, mesmo que o marketing se esforce, que o trânsito da capital continua caótico, que o prefeito quer criar mais cargos comissionados com impacto de R$ 65,9 milhões por ano aos cofres do Recife, entre outras denúncias contra a gestão.
Raquel Lyra, por sua vez, busca consolidar seu legado e ampliar sua base de apoio. A governadora, que já ocupou a prefeitura de Caruaru, se apresenta como uma líder com experiência consolidada na administração pública e na articulação política, se saindo com grande desempenho nas últimas eleições municipais, e hoje contando com mais de 80% do apoio do prefeitos do estado. Sua principal bandeira tem sido o desenvolvimento regional e a melhoria das condições de vida no interior de Pernambuco, onde seu governo tem sido bem avaliado, especialmente por sua atuação em áreas como saúde e educação, obras viárias e hídricas.
Os calos no salto de Raquel continuam sendo furar a bolha da capital e dar um jeito na Compesa, quase uma unanimidade quando se fala em problema, contudo, o desafio da governadora será reforçar sua imagem junto ao eleitorado jovem, que tem se mostrado mais receptivo a novos nomes, como o de João Campos, e mais propenso a buscar alternativas de mudança.
Algo subliminar que não podemos esquecer, o preconceito que ainda impera por ser mulher, num ambiente tomado pelo machismo estrutural.
O contraste entre as duas candidaturas revela um Pernambuco dividido entre o desejo por renovação e o desejo por continuidade. João Campos, com sua postura descontraída e sua habilidade em conversar diretamente com a população através das redes, parece ser o "governador TikTok" de uma nova geração, disposto a disputar a preferência do eleitorado com um estilo político moderno, focado na comunicação digital e na aproximação com as novas tendências de consumo político. Raquel Lyra, por sua vez, assume um posicionamento de confiança em sua gestão e experiência, enfrentando o desafio de reafirmar sua autoridade em um cenário onde a política está cada vez mais interligada com as plataformas digitais e a imagem pública.
O que está em jogo não é apenas o governo de Pernambuco, mas a própria evolução da política estadual. A disputa entre Campos e Lyra se desenha como um reflexo das transformações pelas quais o Brasil e o mundo estão passando, onde o digital e o físico se entrelaçam cada vez mais. A eleição de 2026 será, sem dúvida, um marco no cenário político de Pernambuco, e os eleitores terão que escolher entre a inovação proposta por um jovem prefeito que ganhou notoriedade nas redes, ou a continuidade e experiência de uma governadora consolidada.
Resta saber, ao final da contenda, qual dos dois conseguirá entender melhor os anseios da população e quem será capaz de traduzir essas expectativas em um projeto de governo que atraia tanto os novos eleitores quanto os mais tradicionais. O jogo está aberto, e a sede por poder, por mudança e por um futuro mais promissor tem se intensificado com o avançar da disputa.
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