Compositoras e musicistas da Chapada Diamantina realizam no Sertão de Pernambuco oficina de música aberta ao público em geral no dia 30 (quarta-feira), às 18h, e apresentação musical do EP autoral “De Umbigo a Umbigo”, dia 31 de outubro (quinta-feira), às 20h; programação é toda gratuita no Sesc
Yayá Massemba, banda de samba autoral da Chapada Diamantina/BA, chega em Pernambuco pela 1ª vez. A estreia da circulação “De Umbigo a Umbigo” pelo estado, com incentivo da Bolsa Funarte de Música Pixinguinha, acontece na cidade de Arcoverde (Sertão), no Sesc (rua Capitão Arlindo Pacheco de Albuquerque, nº 364 - centro), dias 30 de outubro (quarta feira - oficina “Mulheres na Roda: Raízes do Samba da Bahia”, 18h às 20h), 31 de outubro (quinta-feira - show com a Mestra Severina Lopes, de Arcoverde, como convidada, às 20h). Toda a programação é gratuita.
Conheça a Yayá Massemba @yayamassemba bit.ly/48laQZg
As seis mulheres da formação são Aline Silveira (voz e percussão), Ana Tomich (voz e violão 7 cordas), Edy Albuquerque (percussão), Ive Farias (voz e percussão), Keilla Calmon (percussão) e Priscilla Oliveira (voz e cavaquinho), todas musicistas.
Na turnê por Pernambuco, elas também ocupam Olinda, nos dias 3 de novembro (domingo - show na Casa Estação da Luz, às 17h, convidando Mestra Cila do Coco e Josy Caldas) e 5 de novembro (terça-feira - oficina na Escola Municipal Sagrado Coração de Jesus, às 13h), e Recife, nos dias 6/11 (quarta-feira - oficina, às 14h) e 8/11 (sexta-feira - show na Caixa Cultural Recife, às 20h, convidando o grupo Flor de Catemba).
“Nossa banda une poesia, dança e ancestralidade ao samba. Entre as fontes de inspiração está o samba tradicional da Bahia e a natureza da Chapada Diamantina, onde a gente mora”, destaca o grupo.
Nessa experiência inédita no portal do Sertão de Pernambuco, como é conhecida Arcoverde, a banda baiana vivencia o samba de coco da localidade, ao lado da Mestra Severina Lopes (84 anos de idade). Mulher, negra e periférica, ela lidera o grupo local Samba de Coco das Irmãs Lopes e permanece como inspiração para novas gerações, a partir da transmissão de conhecimentos. A pernambucana Severina também transforma realidades por meio da arte.
Por onde caminha com o samba, Yayá Massemba reverencia as mestras da Bahia e a cultura afrobrasileira, tanto nas ações formativas como nos shows, em sua maioria com a participação de mulheres da cultura popular de cada território. As tradições do samba da Bahia são combinadas com novas expressões artísticas.
“Nós valorizamos o legado das mestras e a cultura afro-brasileira, e temos o objetivo de propagar o protagonismo feminino, a produção das mulheres como cantoras, instrumentistas e compositoras, e a raiz do samba de roda enquanto base geradora de conhecimento”, ressalta a banda.
O próprio nome enaltece a essência. “Yayá” significa mãe em Yorubá, e “Massemba”, do Kimbundu (língua africana falada em Angola), é uma referência à umbigada, presente nas religiões de matriz africana.
“O convite à dança é um ponto forte do espetáculo. Em meio as músicas autorais temos os momentos de samba de roda que esquenta o público e mostramos alguns códigos e gestos desta dança, a exemplo da umbigada, que é um ato que nos conecta com a entidade samba, a ancestralidade negra e com todas aquelas que vieram antes de nós”, comenta o grupo.
No show, traz sonoridade com raízes do samba e elementos do samba chula do Recôncavo Baiano. Como fraseados da viola machete, interpretados pelo violão de 7 cordas e pelo cavaquinho, também instigados pelo prato e faca (instrumento típico das sambadeiras da Bahia), atabaque, palmas, agogô e berimbau.
O espetáculo “De Umbigo a Umbigo” estreou em 2020. Já o lançamento do EP nas plataformas digitais foi realizado em setembro de 2024, sendo uma produção independente com apoio do selo Educadora FM Independente - confira bit.ly/3YAn7pq.
Cinco músicas compõem o “De Umbigo a Umbigo”. Além desta canção-título, “Dona Aurinda”, “Face Dourada”, “Bambeia” e “Enegrecer”, respectivamente, formam a identidade do EP, com composições próprias inspiradas na sonoridade do samba da Bahia. A produção musical tem a autoria das próprias mulheres da banda.
Mulheres de diversas gerações e referências do samba estão no EP. Entra elas Dona Aurinda do Prato, matriarca octogenária da ilha de Itaparica/BA, que canta na música em que é a homenageada, e Nega Duda, nascida em 1968 no Recôncavo Baiano e figura principal na divulgação do samba de roda da Bahia em São Paulo, interpretando um samba de caboclo na faixa "Face Dourada".
Oficina
Aberta ao público em geral (classificação livre), a formação proporcionada pela banda, com as artistas como facilitadoras, compartilha sobre o samba da Bahia a partir da perspectiva do legado das mestras sambadeiras, fundamentais para a existência e permanência desta cultura popular.
“Nesta atividade de corpo, voz e som, é possível vivenciar a musicalidade do samba de roda e os códigos desta expressão que une música, dança e canto, assim como saber sobre o contexto do acontecimento do samba de roda”, introduzem as artistas baianas da Yayá Massemba.
De Umbigo a Umbigo
De 2020 pra cá, Yayá Massemba circulou com o show “De Umbigo a Umbigo” na Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Agora é chegada a vez de Pernambuco.
PROGRAMAÇÃO TODA GRATUITA
Yayá Massemba em Arcoverde/PE - “De Umbigo a Umbigo”
30 de outubro (quarta-feira): oficina “Mulheres na Roda: Raízes do Samba da Bahia”, no Sesc Arcoverde (rua Capitão Arlindo Pacheco de Albuquerque, nº 364 - centro), 18h às 20h;
31 de outubro (quinta-feira): show no Sesc Arcoverde, convida Mestra Severina Lopes, às 20h.
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