Instabilidade em sistemas do governo trava trabalho de contadores durante o período do Imposto de Renda

 Profissionais enfrentam dificuldades diárias com plataformas como e-CAC, SEFAZ e juntas comerciais: “É um absurdo o que passamos”, desabafa contador

Durante o período de entrega do Imposto de Renda, a rotina dos contadores brasileiros se torna ainda mais intensa — e também mais frustrante. Isso porque sistemas governamentais essenciais para o exercício da profissão, como e-CAC, SEFAZ e plataformas de juntas comerciais, têm apresentado instabilidades constantes, prejudicando o andamento dos serviços.

Um contador que preferiu não se identificar relatou ao Olha Aqui Notícias a dificuldade enfrentada por ele e por colegas de profissão. “É um absurdo o que a gente enfrenta”, desabafa. Ele explica que, mesmo com internet estável e computadores funcionando normalmente, os sistemas do governo frequentemente saem do ar ou operam com lentidão extrema, impossibilitando a emissão de documentos, análise de pendências e até a finalização de processos de parcelamento de tributos.

"Estou com vários processos parados, inclusive de um cliente que me pediu urgência, porque não consigo acessar o sistema. Não é só comigo, outros contadores também estão passando pela mesma situação", relata.

Além do e-CAC, plataforma onde se verifica pendências fiscais e se fazem consultas junto à Receita Federal, o contador cita a lentidão das Juntas Comerciais e da SEFAZ (Secretaria da Fazenda). Segundo ele, essa realidade é rotineira, mas se agrava nos meses em que aumenta a demanda por serviços contábeis — como acontece em abril, prazo final para entrega do Imposto de Renda.

“Infelizmente, em vez de focarmos no atendimento aos clientes e na organização das declarações, perdemos horas lidando com sistemas que não funcionam. Isso atrasa tudo”, acrescenta.

A categoria contábil, que tem papel fundamental no cumprimento das obrigações fiscais e legais do país, cobra maior atenção do governo quanto à infraestrutura tecnológica dos seus sistemas. "O que a gente pode fazer? Só esperar. E deixar para tentar de novo à tarde", conclui, resignado.