Ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os 27 governadores do país para tratar dos ataques terroristas às sedes dos Poderes.
Além dos chefes dos Executivos locais, o encontro também conta com a participação de presidentes da Câmara (Arthur Lira), do STF (Rosa Weber) e em exercício do Senado (Veneziano Vital do Rêgo), além de ministros do governo federal, ministros do Supremo e do presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, Edvaldo Nogueira.
Um governador falou representando cada região.
O primeiro a falar no encontro foi Helder Barbalho (MDB), do Pará, que ressaltou o fato de a reunião se tratar de um "ato de desagravo" após terroristas destruírem prédios dos três Poderes em Brasília.
“O que nós vimos ontem foi uma tentativa de golpe de Estado”, afirmou. “Estamos aqui porque todos têm uma causa inegociável que nos une: a democracia. estamos aqui não para defender ideias de direita ou esquerda, mas para defender a democracia do nosso país. e defender as instituições. É fato que o ocorrido no dia de ontem, de gravidade extrema, aquilo não foi manifestação política, foi terrorismo. Ato de tentativa de golpe de Estado.”
A presidente do STF, ministra Rosa Weber, afirmou que a reunião é importante para mostrar unidade do país contra os atos golpistas, e convidou a todos os governadores a irem ao prédio do Supremo após a reunião para ver a destruição.
“Estou aqui em nome do STF agradecendo iniciativa dos governadores para testemunharem a unidade nacional de um Brasil que todos nós queremos, no sentido da defesa da democracia e do estado democrático de direito. O STF foi duramente atacado, o nosso prédio histórico, seu interior, foi praticamente destruído, em especial nosso plenário e essa simbologia a mim entristeceu de uma maneira enorme, mas quero assegurar a todos que vamos reconstruído e no dia 1º de fevereiro daremos início ao ano judiciário como se impõe ao poder judiciário e guardião da Constituição Federal”.
Pelo Sul, falou Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, que defendeu que todos os estados enviem policiais para a Força Nacional e que criem gabinetes de crise.
“Além de estados estarem disponibilizando efetivo policial para apoiar na medida de contenção de outros atos de violência e garantia da ordem no DF, estamos atuando de forma sinérgica e em sintonia para manutenção da ordem em todos estados e deixar registrado que no Rio Grande do Sul, temos um gabinete de crise, reunindo todas as forças de segurança e órgãos de controle, para atuarmos de forma coordenada para identificar todos que atuam em atos que agridem não só a instituições, mas para abrirem inquérito para identificar quem financia e dar devida consequência para quem atenta contra a democracia”, falou o gaúcho.
Na sequência, foi a vez da fala de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. Eleito na esteira do bolsonarismo, ele defendeu união e a defesa da democracia: “Essa reunião de hoje significa que a democracia brasileira, depois dos episódios de ontem vai se tornar ainda mais forte”.
Representando o Nordeste, a governadora Fátima Bezerra (PT-RN) defendeu a democracia: “Foi muito doloroso para todos nós. Para nós que amamos a democracia, que sabemos o quanto custou conquistá-la. A violência atingindo o coração da república na hora em que atentou contra as mais importantes instituições do estado democrático de direito. Diante de um episódio tão grave não poderia ser outra a atitude dos governadores do Brasil de estarem aqui hoje: para dizer que estamos firmes, em harmonia e em sintonia com os demais poderes na defesa da democracia”, afirmou a governadora.
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenou os atos de terrorismo que ocorreram em Brasília, mas defendeu a atuação do governador afastado, Ibaneis Rocha (MDB).
“É um dia de luto na história da democracia para todos nós. Para nós no Distrito Federal muito mais grave, porque a responsabilidade recai sobre nossos ombros. É importante na minha fala de hoje, até para nivelar as informações do que aconteceu, primeiro reafirmar que o governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, é um democrata. Por infelicidade, recebeu várias informações equivocadas durante o momento da crise”, disse ela.
Celina também fez questão de se referir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), como “nossos” presidentes.
“O governo do Distrito Federal não vai tolerar, na capital federal, atos de vandalismo ou de terrorismo como os que vimos ontem”, disse a governadora em exercício.
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