Anvisa aprova uso emergencial do medicamento Paxlovid para Covid-19
Estudo aponta que remédio reduziu em 89% o número de hospitalizações e mortes.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta quarta-feira a autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimental, do medicamento antiviral Paxlovid, produzido pela Pfizer. O remédio é indicado para o tratamento de adultos que "não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado" de desenvolvimento da forma grave da covid-19.
“O mundo aguarda com esperança e urgência por terapias efetivas, de fácil acesso e que permitam o amplo tratamento da Covid-19. O corporativismo da Anvisa é o compromisso com a proteção da saúde pública. Todos os processos de medicamentos e vacinas contra a covid-19 submetidos à agência foram exaustivamente avaliados por uma equipe multidisciplinar de servidores públicos que empenharam todos os seus esforços para que, no Brasil, fosse dado acesso a diferentes vacinas e tratamentos”, diz a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas.
Além disso, a diretora esclareceu que, no protocolo de autorização de uso emergencial do Paxlovid, foram avaliadas todas as evidências científicas disponíveis e equilibrados cuidadosamente os riscos com os respectivos benefícios, conhecidos ou potenciais, desse medicamento.
Meiruze Freitas também ressaltou que o medicamento não substitui a vacina, que continua sendo "a melhor estratégia para evitar a Covid-19, as hospitalizações e os óbitos".
O medicamento é um antiviral de uso oral composto por duas substâncias (nirmatrelvir e ritonavir). Estudo apresentado pela empresa aponta que ele reduziu em 89% o número de hospitalizações e mortes.
O pedido de liberação para uso emergencial foi apresentado à Agência pela Pfizer em 16 de fevereiro. Na decisão de aprovação, a Anvisa explicou que o remédio não deve ser usado em casos graves ou críticos da doença, nem como profilaxia pré ou pós-exposição para prevenção da doença. Também é necessário explicar ao paciente que o tratamento é individual e exclusivo de quem passou por consulta médica e recebeu a prescrição
O Paxlovid também não deve ser usado por mais de cinco dias. Paciente com insuficiência renal grave ou falha renal, e mulheres grávidas também não devem tomar o remédio. É recomendado, ainda, que seja evitada a gravidez durante o tratamento e até sete dias após o término. Além disso, o medicamento deve ser acompanhado de explicação do farmacêutico ao usuário sobre a dosagem, modo de uso e possíveis efeitos.
O Paxlovid já foi aprovado por agências reguladoras internacionais dos EUA e Europa e já é usado em outros países, como Canadá, China, Austrália, Japão e México. A FDA (Administração de Medicamentos e Alimentos nos Estados Unidos, na sigla em português), recomendou que a medicação seja administrada para pessoas de 12 anos ou mais, que tenham ao menos 40 kg, e apresentem quadro leve da doença, mas com risco de evolução para casos graves.
Informações: Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor Econômico.
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